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  • Foto do escritorPor Dimitry Uziel

Circuito Banco do Brasil 2014


01 de novembro de 2014

Ainda não passava das 16h30 e a brigada de incêndio comunicava que o público era de pouco mais de 30 mil pessoas. Esse foi o momento em que cheguei ao Aeroporto Campo de Marte para assistir ao festival Circuito Banco do Brasil. Infelizmente não consegui chegar a tempo para falar muito mais sobre o show da Pitty. Ao entrar no espaço, faltavam apenas três músicas para a baiana finalizar sua apresentação e deixar o palco.

Não é segredo para ninguém que, em alguns shows, a moça faz questão de inserir em seu repertório versões de uma das melhores bandas de todos os tempos. E, no Circuito de São Paulo não foi diferente. Antes de encerrar com as músicas Máscara (Admirável Chip Novo – 2003) e Serpente, de seu novo disco, Setevidas, Pitty fez, com maestria, uma versão de Venus In Furs, do majestoso Velvet Underground.

Poucos minutos depois, foi a vez do Skank relembrar aqueles velhos sucessos de sua nada curta carreira. Essa não é a primeira vez dos mineiros no Circuito, em 2013 eles participaram da edição em Salvador.

Os caras possuem um repertório que, raramente, alguém não conheça a maioria das músicas. Sendo assim, não é difícil fazer mais de 30 mil pessoas cantarem juntas os novos e antigos sucessos, já que de cada disco deles, pelo menos a metade da tracklist vira hit.

Mas o bacana mesmo foi, também, seu encerramento, no qual Samuel Rosa, cordialmente, convidou três dos alucinados membros da Cachorro Grande (Marcelo Gross, Rodolfo Krieger e Gabriel Azambuja) para uma versão caótica de Helter Skelter, dos Beatles. E, se muitos não estavam ali pelo Skank, nesse momento a situação mudou consideravelmente.

Por outro lado, era bem visível certa irritação de, praticamente, todas as bandas com relação ao mau funcionamento da aparelhagem. Samuel Rosa, em vários momentos se virava para o técnico apontando para algo que estava errado, provavelmente algum retorno. Pois o som para o público estava quase 100%. Vez ou outra acontecia alguma oscilada, mas era possível desconsidera-la.

Em seguida, era a vez das atrações gringas subirem ao grande palco erguido no Campo de Marte.

O MGMT veio para um belo show, porém não tão bem recebido pelo público desinteressado em elementos psicodélicos. E, já sabemos que o último disco dos caras também não foi muito bem acolhido. Mas isso é um detalhe, já que Ben Goldwasser e Andrew VanWyngarden e seus comparsas optaram por apresentar seus melhores sons, desde os primeiros trabalhos. Ainda assim, não foi o suficiente. Mas é compreensível, afinal – assim como no Festival da Cultura Inglesa de 2012, que o povo não estava nem aí para o The Horrors –, grande número do público estava lá, aparentemente, parte pelo Paramore e outra parte pelo Kings of Leon. Talvez, isso tenha refletido um pouco no desempenho dos rapazes do Brooklyn.

Andrew, em nenhum instante tirou o enorme chapéu que produzia uma sombra, impossibilitando que as pessoas vissem seu rosto com clareza, salvo alguns poucos momentos em que a luz conseguia driblar essa situação. Para os fotógrafos que fizeram a cobertura do evento, esse foi um desafio.

O repertório dos caras foi o seguinte: Flash Delirium, Time to Pretend, It's Working, The Youth, Of Moons, Birds & Monster, Introspection, Electric Feel e finalizando com Kids e Alien Days.

A segunda banda gringa a se apresentar, foi o Paramore. Esses sim conseguiram explodir o festival, já que – como eu disse – grande parte do público estava ali por causa deles. Durante, aproximadamente, 1h20m Hayley Nichole levou seus fãs a um grande ápice. O que parecia torná-los o headline da noite, como se o Kings of Leon ainda não fosse se apresentar. Seus seguidores batalhavam por cada milímetro na grade. E, para completar a euforia, Hayley, após a metade do show, chamou uma fã para subir no palco e cantar Misery Business ao seu lado.

“Tem muita gente aqui. É difícil escolher alguém. Olha aquela garota de óculos, ela parece maluca de um jeito bom e esse show agora é dela” Disse a líder do Paramore, apontando para Aline, uma das centenas de fãs que se espremiam na grade sob a chuva.

O Paramore finalizou sua apresentação com Ain't It Fun e não deixou sombra de duvidas que foi a banda da noite.

O Kings of Leon foi escalado para fechar o festival, como o headline da noite. Mas não foi bem isso que parecia, já que com o fim do show do Paramore, era possível notar espaços se abrindo entre o público, alguns indo embora, outros queriam apenas vê-los de longe, pois já não aguentavam mais ficar no centro daquela grande massa de pessoas. E a chuva ainda deixa vestígios.

O Kings entrou no palco com um pouco mais de meia-hora de atraso e, Supersoaker e Taper Jean Girlforam as músicas de abertura.

O quarteto já se apresentou outras três vezes no Brasil e, quem assistiu essas passagens deles por aqui, não se surpreendeu muito com o show do Circuito. O ápice mesmo – como era de se esperar – foi nos hits Use Somebody, Molly’s Chambers e a música que fechou o festival; Sex on Fire. Ainda que a banda não tenha lá surpreendido seu público, também não deixou à desejar. Fizeram muito bem o que tinham de fazer. Mas, mais uma vez, a qualidade de som não agradava muito. Principalmente no show do Kings of Leon. O vocal, em muitas vezes, estava consideravelmente baixo. Mas nem por isso a multidão se deixou esfriar.

E, se muitos paulistas reclamavam da falta de chuva, esse foi o dia de lavar a alma, pois ela quase não deu trégua desde a entrada do Skank. Em suma, todas as bandas deram o melhor de si, e fizeram bem, ainda que o Paramore estivesse mais apto à banda principal da noite. Mas isso é outro papo.

 

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