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  • Foto do escritorPor Dimitry Uziel

Maglore


Quando a música brasileira parecia estar um pouco opaca, esfumaçada — apesar de termos plena consciência da existência de ótimos nomes que pairam por aí —, eis que nos chega aos ouvidos um ritmo que começa bom, vai crescendo deliciosamente e alcança uma grandeza que, até então, aparentava ser algo que aconteceria apenas à longo prazo, algo que ainda estava em seu segundo sono, adormecido e, assim continuaria por tempos. Mas, quando um trio baiano chamado Maglore veio à tona, a rota da música popular brasileira simplesmente virou pelo avesso. E, após escutar inúmeras e inúmeras vezes o disco “Vamos Pra Rua”, pude, ontem, em 22 de janeiro de 2015, ver, pela primeira vez esse trio ao vivo, a cores, sobre palco da sala Adoniran Barbosa, do já cultuado Centro Cultural São Paulo. E a coisa foi mais ou menos assim:

A apresentação tinha hora marcada para começar às 20h30, e com uma pontualidade britânica, assim ocorreu. A sala não tinha nem mesmo sua metade preenchida. Mas nem sempre é de casa cheia que se faz um bom show. Bom... Pelo menos não foi necessário naquela noite. Por um olhar superficial, poderia ter ali em torno de 100 pessoas, talvez um pouco mais, em uma sala para 622 convidados. E essas cento e poucas pessoas foram mais que suficientes para que o Maglore nos trouxesse uma apresentação quente, deliciosa, digna de aplausos incessantes. E, foi sob esses aplausos que o trio surgiu, iluminado por luzes tímidas. Mas, não... Não era um trio naquela noite. Pois havia um quarto elemento. O já muito conhecido Hélio Flanders, vocalista do Vanguart, estava ali para somar e preencher ainda mais aquelas tão belas canções, como um convidado mais que especial.

Então, o mantra se inicia regado por muitas músicas do último disco (Vamos Pra Rua - 2013), outras do álbum anterior (Veroz - 2011) e canções novas, que estarão no próximo disco, que tem previsão para o mês de março ou abril, ou antes. Vai saber.

O repertório, muito bem distribuído, passou por "Quero Agorá", "Motor", "Espelho de Banheiro", "Beagá", "Beleza de Você" e outras do “Vamos Pra Rua”. As novas, ainda sem nome definido (como disse o carismático vocalista Teago Oliveira), mas com os títulos provisórios de “Ai, ai” e “Invejosa” também foram muito bem recebidas pelo público. O primeiro single já lançado desse novo trabalho também nos deu o ar de sua graça, a já chiclete “Mantra”. Entre outras pérolas, a banda baiana pretendia fechar sua noite com o maior sucesso “Demais, Baby”. Mas, após uma série de pedidos de “mais um, mais um...”, o rápido bis viera para despedida.

Em suma, foi mais que um belo show; foi grandioso. Ouso dizer que foi um dos mais rápidos e ótimos shows que já. Talvez eu possua essa percepção pelo fato de ter ingerido cada segundo do disco dos caras uma centena de vezes e, cá estou, escutando novamente enquanto escrevo essas poucas linhas. Eles não deixaram a desejar em sua formação ao vivo. Porém, podemos e devemos também dar créditos ao CCSP, que tornou o áudio ainda mais cristalino. Sem contar a recepção sempre atenciosa e que transborda educação por parte de sua administração. Ah, sim. E devo citar, também, sobre a simpatia quase fora do normal desses três rapazes de Salvador; entre inumeros risos, piadas, e conversas, transformaram simples apreciadores em fãs.

É isso. Portanto, se você gosta de Bossa Nova e Rock n’ Roll, e ficou sabendo que o Maglore vai tocar por aí, não cometa o erro de não comparecer.

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