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  • Foto do escritortexto e fotos de Dimitry Uziel

Lollapalooza 2016 - domingo


Com uma produção muito bem organizada e executada, o Lollapalooza 2016 aconteceu lindamente no último fim de semana (12 e 13), juntando muita diversão, música e uma caminhada para qualquer um pagar seus pecados. Neste ano, tivemos Eminem, Tame Impala, Bad Religion, Noel Gallagher, Alabama Shakes, Florence + the Machine entre muitas outras bandas muito bacanas. Cada show com sua particularidade e beleza. Tivemos alguns mais pirotécnicos, outros mais intimistas e cativantes, porém todos unindo tribos apaixonadas por música.

Em sua quinta edição e a terceira no Autódromo de Interlagos, o Lollapalooza Brasil confirma o estado de festival mais relevante no Brasil atualmente, com organização muito satisfatória para o grande público. O sábado foi bem cheio, chegando ao numero de 85 mil pessoas. E 75 mil pessoas estiveram presentes no domingo. Esta é a maior soma de público do Lollapalooza Brasil, considerando apenas as edições de dois dias.

O esforço foi grande para lidar com o fim de semana, ainda que tenha valido a pena, mas o esgotamento físico para ver o máximo de shows possíveis era evidente. E a lista de domingo foi a seguinte: Walk the Moon, Alabama Shakes, Noel Gallagher e Florence and the Machine.

- - - Walk the Moon

Inflizmente não cheguei à tempo para ver o show da Maglore, os bons meninos da Bahia. Ao chegar no tão tão distante palco Onix, o trio estava finalizando sua ultima música. Então, o primeiro show que assisti no domingo foi o do Walk the Moon, mais uma das bandas pop rock dançante que tem aos montes por aí. Mesmo conhecendo muito pouco do trabalho dos caras, fiquei na espectativa. Não que a banda seja ruim, mas passou despercebida diante dos artistas que se apresentaram no domingo. Um som cansativo dentro de uma boa apresentação pode definir bem apresentação da banda. O esforço dos rapazes era evidente, e conseguiram colocar parte do público que estava no palco Onix para dançar (outra parte estava na grade esperando o Jack Ü). Os pontos altos do show foram a Associação Meninos do Morumbi sendo convidada ao palco para participar da apresentação da música “Work This Body” e o final, quando o hit “Shut Up And Dance” foi executado. No mais, a banda não surpreendeu, mas para quem curte um pop adolescente, valeu bastante.

- - - Alabama Shakes

Na hora da apresentação do Alabama Shakes no longínquo palco Onix, uma garo fina começou a cair, mas não diminuiu em nada o espírito de quem estava ali para a ver a banda. O morro em frente ao palco estava definitivamente lotado. Ao entrarem no palco, os integrantes foram ovacionados por gritos e fortes aplausos de um publico em delírio, em um misto de ansiedade e excitação, e quando Brittany Howard tocou as primeiras notas de “Future People”... arrepiou. O carisma imenso de Brittany e sua demonstração clara de paixão pela música tornaram a experiência ainda melhor. O blues e o soul do Alabama Shakes se encaixaram perfeitamente com aquele fim de tarde, lavando a alma de todo mundo que recebeu a banda de braços abertos. A apresentação do grupo no festival foi marcada por um setlist bem dividido entre os dois álbuns de estúdio, sendo encerrada pelos dois grandes hits dos álbuns, “Don’t Wanna Fight” e “Gimme All Your Love”. O final perfeito para um show que nos mostra que não é preciso mil e uma peripécias para cativar, com apenas música de qualidade e simpatia, o Alabama Shakes conquistou a todos nós.

- - - Noel Gallagher

O polêmico Noel Gallagher entrou sorridente no palco ao lado dos 'High Flying Birds'. A banda deu uma ótima repaginada a algumas canções do Oasis; “Champagne Supernova” foi linda (para variar). Noel fica mais solto no palco, sendo o único dono das atenções, claro, mas sempre com aquela postura nebulosa de Manchester. É impressionante notar como o primeiro disco dele colecionou canções verdadeiramente boas, “The Death of You and Me”, “AKA… What a Life!”, “If I Had a Gun…”, Everybody’s on the Run” e “Dream On”. Ele ainda dedicou “You Know You Can’t Go Back” aos fãs do Oasis, fez isqueiros se acenderem com “Wonderwall” em sua voz e encerrou emocionantemente com “Don’t Look Back in Anger”, ainda tocou, do Oasis, “Listen Up”, e, para surpresa de muitos “Digsy’s Dinner”. Seria mais condizente que Noel fosse o headliner do domingo, acrescentando mais alguns Oasis no seu repertório, e que Florence ocupasse o lugar de Noel, mas... não foi assim. De todo modo, Noel fez aquilo que sabe fazer de melhor e nos trouxe um maravilhoso show amplamente satisfatório.

- - - Florence + the machine

Ainda falta um bocado para Florence and the Machine ocupar o espaço de destaque que ocupou. E considere que quem vos fala é um admirador assumido do trabalho da banda, acompanhando desde o primeiro disco. Mesmo tendo em vista que não foi um show digno de headliner, trouxe uma apresentação relevante e bonita. Mas foi na hora H, no ápice do grande show de encerramento, deixou à desejar. Também tive impressão de que o som estava muito baixo. Ouvia tranquilamente as pessoas ao meu lado cantando muito mais do que ouvia a voz vinda do show. Antes do fim do show, fui me retirando para não enfrentar a multidão que era previsível na saída. No caminho, pude passar pelo palco Axe, onde o Planet Hemp se apresentava. E a coisa estava muito animada por lá (rs), que é coisa nossa, mas que sabe comandar um palco muito melhor do que a Florence. De todo modo, o festival foi belíssimo, porém extremamente cansativo, devastadoramente cansativo. Ao fim do evento, uma chuva de fogos de artifício preencheu o céu e a multidão sem fim de mais 70 mil pessoas se pôs a marchar rumo a suas casas, sorridentes e satisfeitas.

 

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